quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Meu querido diário

É engraçado como as coisas vão acontecendo na nossa vida, né?


Meu último post foi em março do ano passado, um pouco depois do meu aniversário, mas parece que faz um século. Conheci tanta gente nova nesse ínterim que daria para encher o Maracanã — só para esvaziá-lo de novo, pois, na verdade, eu não conhecia ninguém.

Perdi amigos que só eram amigos na minha cabeça, conheci amigos de verdade onde nunca tinha sonhado em procurar e reencontrei muita gente, que, no momento, está no limbo amigo-desconhecido. Porque agora eu instituí o limbo e estou convicta de que foi uma das coisas mais sensatas que fiz. Amigo, só depois de passar pela peneira. Mas ainda assim, sempre há algumas pedras que conseguem passar pelo buraco…

Terminei um relacionamento de quase três anos e meio com uma pessoa que eu jurava que era minha alma gêmea (até hoje não estou completamente convencida de que estava errada). Aliás, terminaram. Não pude competir com a rival: a juventude dele. “O mundo inteiro na minha frente e eu aqui, estagnado?”, deve ter pensado, enquanto esquecia que eu tenho exatamente a mesma idade que ele e estava — olha que coincidência! — dentro do mesmo relacionamento, pelo mesmo período de tempo.

É estranho pensar que você não é especial para ninguém, nesse sentido. Família eu tenho, amigos restaram alguns, mas “aquela” pessoa não existe mais. Não há mais ligações à qualquer hora, elogios inesperados ou brigas desnecessárias: só você, só. Como tudo na vida, tem seu lado bom e ruim. Embora, confesso, o lado ruim tenha prevalecido nos últimos tempos.

Mas é como dizem: azar no amor, sorte no… emprego. Em uma reviravolta típica de novela mexicana, consegui entrar no lugar em que eu sempre sonhei em trabalhar, desde que marquei o “xis” em “habilitação: jornalismo. Algo assim, como direi… A terra prometida dos aspirantes a jornalista da capital federal: o Correio (Canaã) Braziliense, meu caso antigo, affair que quase cheguei a pensar que seria incalcansável da minha vida. “Se não for pra lá, eu juro que morro. De agonia!”, era meu bordão, enquanto namorava o prédio e as pessoas (no bom sentido) que saíam de lá todos os dias, mortas de cansaço e tensão.

Desde março de 2008, tantas coisas aconteceram que só estou me dando conta agora, com tudo no papel. Da abolição do trema (ai, como eu gostava do trema!) à completa reinvenção (forçada) da minha pessoa em menos de dois meses, fico com a sensação de que o mundo virou uma grande montanha russa, e eu sou a única que quer vomitar.