quarta-feira, abril 20, 2011

Did you know that true love ask for nothing?

Olha, posso até não ser expert no assunto, mas você vai ter que me desculpar, Stevie. O amor pede muita coisa, sim. Além do pacote básico companheirismo-afinidade-atração, você ainda precisa ter a sorte de estar no mesmo lugar que a sua cara-metade em potencial. Uma vez no mesmo lugar, tem que dar a sorte dele(a) estar disponível. Disponível de verdade, sem aquele papo "acabei de terminar um relacionamento e ainda estou me recuperando".

Além disso, você precisa ter tempo, dinheiro (chorem sangue, românticos!) e paciência, muita paciência. Se já encontrou a metade da laranja, precisa aprender a relevar o fato da pessoa não ser, nem de longe -- que dirá de perto -- perfeita. Se ainda não encontrou, precisa ter mais paciência ainda para procurar. Se já encontrou mas não tem coragem de se declarar, então... Haja estômago para tantas borboletas voando, enfurecidas, com vontade de escapar.

Então, não me venha com essa conversa de que amor é uma coisa despretensiosa. Um amigo hoje me disse que o interesse de uma pessoa por outra é quase uma equação, onde os fatores "carro", "beleza", "papo" e "afinidade" determinam se o seu crush será só isso ou se o casal terá seu merecido final feliz. Não me considero tão extremista, mas a inocência também não é mais a mesma. O preço, infelizmente, é o romantismo.

Por isso, choremos sangue: os românticos e nós, os desiludidos.

terça-feira, abril 05, 2011

Gosta(r)-se (ou não)


Ditados populares são, quase sempre, cafonas. Mas não se pode negar que a maioria deles têm significados úteis para a vida. Um dos que eu mais gosto é aquele que diz que um vaso quebrado nunca mais será o mesmo, ainda que você cole cada pedacinho com todo o cuidado do mundo.

Sempre achei que tolerância e persistência - principalmente persistência - fossem suficientes para manter todo e qualquer relacionamento. O problema é que também sempre tive a impressão de ser a pessoa mais tolerante e persistente do planeta. Sabe os comentários afiados daquele colega de trabalho, que sempre te deixam para baixo? Tudo bem, é só o jeito dele. E quando surge a sensação de que aquele amigo só está por perto quando precisa de alguma coisa? É impressão minha, com certeza. Brincadeirinhas inadequadas, ofensivas? Ah, deixa de ser carola, poxa! Que que tem de mais meu amigo te tratar como puta? Ele é assim mesmo, escrachado, você sabe. Tem que entender.

Tem que entender. De quem herdei essa obrigação, não sei. O que as pessoas têm que entender é que nem todo mundo gosta de todo mundo. E que, ainda que se goste de uma ou duas criaturas que se destacam no meio de tantas outras sem graça ou sem valor, esse gostar não é perene. O que as pessoas também têm que entender é que nem sempre estamos dispostos a deixar o "jeito" de cada um se sobrepor ao nosso.

Mas sabe como é, a vida é assim. Cada um colhe o que planta, ingratidão desmancha afeição, água mole em pedra dura...

domingo, abril 03, 2011

I don't want to grow up

Como é ser adulto? Tenho andado tão apavorada com a ideia de “crescer” que até agora não consegui nem processar essa informação. Porque a questão não é só se formar e pronto. Você não pode esperar um segundo sequer: quer crescer logo, poder arrumar as malas logo, ir embora LOGO (mesmo que nem tenha para onde ainda). Só que é aí que eu me sinto um cachorro correndo atrás das rodas de um carro (sempre a do “cachorro-atrás-da-roda-do-carro”): não sei o que fazer com ela agora que a alcancei.

Formatura é sinônimo de maturidade. As pessoas agora têm o aval para te cobrar tudo o que não cobravam antes, quando você ainda era café-com-leite. Agora você tem que saber o que está fazendo. Como num passe de mágica, suas opiniões se tornaram mais concisas, fazem muito mais sentido que antes -- afinal, você agora tem um diploma. Di-plo-ma. Você agora é graduado, sabe muito, mas muito mais do que sabia a dois, três meses atrás, quando ainda era só uma estudante, comum como qualquer outra. Estudante não tem nenhum conhecimento específico, afinal, ainda está estudando, não sabe de nada. Como se dois, três meses fizessem assim, tanta diferença na vida de uma pessoa, profissionalmente falando.

Acontece que -- oh, meu deus! -- você ainda é a mesma pessoa! Nada mudou, mas, ao mesmo tempo, TUDO mudou. Salário, acordar cedo todos os dias, almoçar no restaurante do trabalho, preocupação com o cheque especial, imposto de renda. De repente, sua rotina ficou parecidíssima com a dos seus pais.

Lembra na adolescência, quando esse era seu pior pesadelo? Então.

Mas eu nem acho que seja esse o momento em que você percebe que está virando adulto de vez. É quando você percebe e gosta de tudo isso.

Por enquanto, estou no time dos Ramones.