quarta-feira, abril 28, 2010

Antes do amanhecer




"Sempre sinto que sou anormal por não conseguir seguir em frente. As pessoas têm um caso, ou até relacionamentos, terminam e esquecem tudo. Mudam como trocam de marca de cereal. Sinto que não esqueço as pessoas com as quais estive, porque cada uma tem qualidades específicas. Não dá pra substituir ninguém. O que foi perdido está perdido. Cada relacionamento que termina, me magoa. Nunca me recupero. Por isso, tenho cuidado quando me envolvo com alguém, porque dói demais. Sei que vou sentir saudades das coisas mundanas daquela pessoa. Tenho obsessão com pequenas coisas. (...) Não se pode substituir ninguém, porque todo mundo é uma soma de pequenos e belos detalhes."


Quero cor. Quero uma nova marca de cereal. Quero algo que ainda não sei o que é.

terça-feira, abril 20, 2010

Estava ouvindo algumas músicas e bandas que eu costumava escutar muito há alguns anos atrás e me peguei pensando se ainda gosto delas. Quer dizer, o que antes era a trilha sonora da minha vida, agora é só... música. Assim, no diminutivo, mesmo (mas não diminuídas, isso não!).

Aquela sensação de nostalgia ainda está lá. A viagem aos (ótimos) tempos de adolescência ainda acontece. Como se fizessem cosquinha na minha memória, os acordes, embora pobres musicalmente falando, me levam aonde poucas músicas são capazes: aos melhores anos da minha vida.

Tirei a poeira dos hoje já velhos e ultrapassados CD's e resolvi escutá-los novamente, só para ver o que iria acontecer. Refiz todo o antigo ritual, com toda a pompa que ele tem direito. Tirei a poeira da capa de plástico como quem limpa uma redoma de vidro. Estava quebrada nas dobras, elas sempre quebravam nas bordas.

[Pensando agora, não consigo me lembrar da última vez que comprei um CD original... Talvez tenha sido em 2002, mas estou só chutando. Enfim.]

O encarte é um caso à parte. Sempre tive uma queda por encartes de CD's. São como os livros: feitos para serem degustados, explorados em escala milimétrica. O cheiro, a textura do papel, tudo é encantador. Como se fossem feitos exclusivamente para mim.

Reli as letras das músicas que um dia foram a sensação do meu disckman (nossa, a quanto tempo não escuto essa palavra!). Lembrei do caminho de casa para a escola e da escola para casa, que era quando as escutava, e senti um aperto no peito. Até hoje estou convencida de que não há melhor forma de ter resoluções de vida que caminhar por entre as árvores de Brasília. Mas é um programa que precisa ser feito sem testemunhas. Só você e elas.

E o que aconteceu foi que eu não senti o que esperava. Me surpreendi como cada verso ainda estava bem fresco na minha memória, mas aquela sensação... AQUELA sensação de que eles resumiam a minha vida inteira não estava mais lá.

Sobrou o carinho que se sente por uma coisa que se amou demais, apenas.

terça-feira, abril 06, 2010





- Tudo na vida é uma opção.
- Queria mesmo era ser uma árvore, para não ter que decidir nada.
- Será que ela não decide mesmo sobre nada?
- Claro que não! É uma árvore.

...

- Você disse que não queria decidir sobre nada e já está decidindo que quer ser uma árvore.
- É... Eu sei. Não precisa me lembrar que não consigo ser coerente nem até o fim de uma conversa.


...


- Mas por quê uma árvore?
- Porque ninguém interfere na paz dela. Ela fica lá e pronto. Ela não escolhe nada, não precisa arcar com nada, agradar ninguém, nada. Seria ótimo.

(mas impossível)


...


- Nao dá para fugir de fazer escolhas. Todos os dias a gente escolhe continuar vivo, não escolhe?

sexta-feira, abril 02, 2010

Grade

A cada dia me convenço mais e mais que o verdadeiro sentido de liberdade é fazer o que se está a fim. Sabe, vencer o terrorismo que se faz consigo mesmo, mandar tudo e todos à merda e fazer o que o espírito mandar.

Porque deve ser horrível ser uma pessoa egoísta, mas tenho certeza que pensar nos outros sempre também não pode ser saudável.

Quer dizer, a liberdade é um bom remédio para várias encanações do dia-a-dia. Angústia? Nó na garganta? Para quê? Sou livre, faço o que quero com meus sentimentos e meu tempo. Dedico a quem achar que os mereça, pelo tempo que achar necessário - ou conveniente.