sexta-feira, setembro 18, 2009

Ponto de vista




















Vagando por alguns blogs enquanto o relógio resolve ficar de greve, um post em especial me chamou a atenção. "O passado que fica", escrito pelo colunista da Época Ivan Martins, defende que "homens, mais do que mulheres, têm dificuldade em deixar que as coisas passem". Pra você ver como são as coisas. Quando a gente pensa que já tem resposta sobre tudo...


No texto, o autor cria algumas teorias sobre como as mulheres lidam com o término de um relacionamento amoroso. O curioso é que ele mostra um ponto de vista completamente inverso ao que sempre observei, tanto em relacionamentos de amigos(as) quanto nos meus. Honestamente, pensar que existe um homem que acredita que as mulheres sejam mais despreendidas emocionalmente ou que até sofrem (intensamente), mas que "saem rápido da dor, prontas para outra" são coisas que não teriam lugar nem nos meus devaneios mais insanos.


Pessoalmente, confesso que faço parte do time dos que sofrem de "torcicolo existencial": sempre olhando para trás, refazendo mentalmente a tragetória de determinado período que me fez feliz. E assim também é a maioria das mulheres que conheço. A grande questão não é quem se recupera primeiro, mas o tempo que cada um leva para tirar o sofrimento da vitrine da piedade alheia.


Chega um momento em que é preciso guardá-lo. Atenção: eu disse guardá-lo, e não escondê-lo -- até porque, seria impossível. Guardar não significa esquecer, é só uma estratégia para não precisar ficar olhando toda hora, lembrando, remoendo. Claro que, em alguns momentos, a nostalgia vence a razão e algumas espiadinhas esporádicas escapam, mas conforme o tempo passa, a dor diminui. Ou, pelo menos, perde seu ar teatral e ganha contornos de realidade.

Eu nunca esqueci nada. Nenhuma amizade perdida, nenhum amor que foi embora, nenhuma ofensa, nada, nada. Algumas coisas, lembro com saudade. Outras, gostaria que não tivessem ficado com tantos detalhes. Não superei tudo, mas lembro. Enfim.


Não sei se as mulheres lidam melhor com a separação que os homens. Para mim, a questão transcende a divisão de gêneros: independente de ser homem ou mulher, supera "melhor" ou "mais rápido" aquele que é mais maduro emocionalmente. No meu caso, infelizmente, esse conceito ainda é mera teoria.

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