Hoje decidi brincar de não pensar mais no passado. Quero fingir, nem que seja só por um dia, que nada aconteceu, que o presente está tranquilo e que o futuro é promissor. Mais do que me preocupar com o que pode acontecer, quero desencanar de todas as coisas que eu penso que podem não se realizar: quero ficar quieta, só.
Um dia para não dar murros em ponta de faca. Colocarei curativos ao invés de abrir ainda mais as feridas e remendarei eventuais rasgões feitos por pessoas que não souberam conservar meus sentimentos.
Em certos momentos, parece que a ilusão é opcional. As evidências estão sempre à mão, mas nem sempre sobra ânimo para esticar os braços o suficiente para alcançá-las — o que fazer, então?
Nada, eu acho. Pode ser que certas experiências sejam obrigatórias, e não importa o quanto você se contorça, brigue, relute: você vai passar por elas. Mas isso não precisa ser obrigatoriamente uma coisa ruim, afinal, sempre há alguma coisa a se aprender. Mesmo que seja da forma mais dolorida possível.
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