quarta-feira, abril 20, 2011

Did you know that true love ask for nothing?

Olha, posso até não ser expert no assunto, mas você vai ter que me desculpar, Stevie. O amor pede muita coisa, sim. Além do pacote básico companheirismo-afinidade-atração, você ainda precisa ter a sorte de estar no mesmo lugar que a sua cara-metade em potencial. Uma vez no mesmo lugar, tem que dar a sorte dele(a) estar disponível. Disponível de verdade, sem aquele papo "acabei de terminar um relacionamento e ainda estou me recuperando".

Além disso, você precisa ter tempo, dinheiro (chorem sangue, românticos!) e paciência, muita paciência. Se já encontrou a metade da laranja, precisa aprender a relevar o fato da pessoa não ser, nem de longe -- que dirá de perto -- perfeita. Se ainda não encontrou, precisa ter mais paciência ainda para procurar. Se já encontrou mas não tem coragem de se declarar, então... Haja estômago para tantas borboletas voando, enfurecidas, com vontade de escapar.

Então, não me venha com essa conversa de que amor é uma coisa despretensiosa. Um amigo hoje me disse que o interesse de uma pessoa por outra é quase uma equação, onde os fatores "carro", "beleza", "papo" e "afinidade" determinam se o seu crush será só isso ou se o casal terá seu merecido final feliz. Não me considero tão extremista, mas a inocência também não é mais a mesma. O preço, infelizmente, é o romantismo.

Por isso, choremos sangue: os românticos e nós, os desiludidos.

Um comentário:

Lucas Galvão disse...

Desiludido é também uma espécie de romântico. Há esta e sua versão anterior, que em geral acomete indivíduos de até mais ou menos a minha faixa etária, com raríssimas exceções a partir dos trinta, e quase ninguém adiante, na meia idade.

A antropologia forense costuma aliar este padrão a certo tipo de auto-defesa inconsciente, como aquele das vacas em torno de seus bezerros, ou coisa parecida...